Introdução
Esse é um dano causado por uma sobrecarga cíclica (movimentos repetitivos com impacto), que gera um desbalanço do turn over ósseo: os osteoblastos (formadores ósseos) perdem a “competição” para os osteoclastos (aqueles que realizam a reabsorção óssea).
Todos os ossos estão sujeitos. Mas os mais acometidos são os dos membros inferiores, que recebem mais carga.
Sendo que a região do pé e tornozelo carrega os 3 ossos mais frequentemente acometidos (pela ordem):
- tíbia;
- 2º e 3º metatarsos;
- fíbula.
Curiosidades
No membro superior a região mais acometida é o cotovelo (ulna proximal e úmero distal).
O primeiro relato desse tipo de lesão foi feito em 1855, em soldados, que a desencadearam pela marcha.
Causas
A grosso modo o quadro geral são dois:
- o atleta que já treina pesado mas resolve aumentar ainda mais seus treinos de forma não gradual / adequada (os atletas mais expostos ao risco são corredores e dançarinos)
- o sedentário que decidiu virar um super atleta da noite para o dia
Fatores que aumentam o potencial de ocorrência:
- peso aumentado
- desalinhamentos articulares
- formato dos pés
- desequilíbrio muscular
- carência de vitamina D
- tabagismo
- consumo exagerado de álcool
A tríade da mulher atleta é o conjunto de achados mais frequentemente associados a esse diagnóstico:
- alterações hormonais (sedo um dos sinais a alteração do ciclo menstrual)
- alterações metabólicas (carência nutricional / desnutrição)
- alterações ósseas (osteopenia / osteoporose)
Diagnóstico
O diagnostico é feito através de exames de imagem. Muitas vezes a radiografia simples, principalmente em queixas iniciais, não será suficiente; sendo necessária uma ressonância magnética.
Tratamento
O tratamento frequentemente é clínico. Com analgesia, fisioterapia e controle dos fatores de risco. Em alguns casos a imobilização se faz necessária juntamente com o uso de muletas. Poucos são os casos cirúrgicos.
Em geral, a recuperação da fratura por estresse leva de 6 a 12 semanas, dependendo da gravidade da lesão e da adesão do paciente às orientações médicas. Durante o período de recuperação, é importante evitar atividades físicas que gerem impacto nos pés e seguir as orientações médicas para garantir a completa cicatrização da lesão.
Prevenção
Para prevenir a fratura por estresse, é importante adotar medidas que reduzam o estresse repetitivo nos pés, como o uso de calçados adequados e a prática de atividades físicas com acompanhamento profissional. O fortalecimento muscular e o equilíbrio corporal também são importantes para evitar desequilíbrios que possam gerar sobrecarga nos pés. Atenção também deve ser dada a uma dieta rica e equilibrada.
Além disso, é importante estar atento aos sintomas e procurar ajuda médica especializada ao sentir dor ou desconforto nos pés, para que seja feito o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
Conclusão
Exagerou nos treinos e está sentindo uma dor que te limita? O local está inchado? Procure um especialista para melhor avaliação com relação ao formato dos seus pés, seu gesto esportivo, desbalanços musculares e possíveis alterações biológicas. Isso é importante não só para o tratamento mas para prevenção.