Uma das poucas coisas que podemos generalizar sobre dor crônica no pé e tornozelo é que ela evidencia uma disfunção. E que felizmente a sentimos. Indivíduos com insensibilidade correm muitos riscos.
A ideia é entender o mais rapidamente possível sobre o que nosso corpo quer nos chamar a atenção e atuar imediatamente. Pura e simplesmente para o bem da nossa saúde e qualidade de vida mas também para diminuirmos a chances desse quadro se tornar uma dor crônica no pé e tornozelo.
Deveria ser fácil, né? Ter alguma coisa errada com nosso corpo, sentir dor, entender o que está acontecendo e resolver. Mas não é. Principalmente nos casos em que ela se torna uma dor crônica no pé e tornozelo. Uma vez que desencadeia reações neurológicas mais amplas e complexas.
A vida se inicia pela dor, a do parto. Esse deveria ser um assunto dominado pelo ser humano. Mas infelizmente estamos longe disso. Prova é o fato que foi em 1994 que criamos a primeira classificação da dor, em dois grupo (nociceptiva e neuropática) e somente em 2016 foi acrescentado um terceiro grupo, o da dor nociplastica (aquela que não tem nenhum mecanismo evidente de ativação periférica dos nociceptores ou disfunção do sistema nervoso somatosensorial).
A dor musculoesquelética (músculos e articulações) é a mais frequente do corpo humano. São inúmeras as possibilidades de dores; e pessoas com o mesmo problema não necessariamente tem queixas com as mesmas características e intensidade.
Um exemplo clássico é a artrose. São incontáveis os pacientes que vi com quadros avançados desse desgaste sem qualquer queixa (estavam no consultório por motivos outros, como uma entorse de tornozelo). Já outros pacientes, com um grau leve/ moderado dessa desordem, se apresentavam totalmente incapacitados por ela.
Uma dor, tenha ela qual característica seja, pode ser desvalorizada? Jamais.
Toda dor é verdadeira. Cada pessoa a vivencia de uma maneira, a depender de questões biopsicossociais e culturais. E, portanto, deve ser tratada de forma individualizada. Caso contrário, a resposta positiva dificilmente virá.
Tem que ir a fundo sobre todas as dimensões álgicas. Onde dói? Quando dói? Qual é/foi o fator desencadeante? Quão desagradável é a experiência? Como você reage a ameaça que essa dor te traz?
Tente pensar sobre todos essas aspectos antes de ir a uma consulta. Será muito válido.
A dor, por si só, já é muito incômoda. Ter que conviver, ainda, com outros distúrbios que ela carrega consigo (fadiga, sono não reparador, dificuldade de concentração e aprendizagem, alteração de humor…) torna a vida mais difícil.
Tem dor musculoesquelética? Agende uma avaliação. Fale com um especialista sobre a sua dor. Entende-la, juntos, é o primeiro passo.
Publicações:
https://jfootankle.com/JournalFootAnkle/index
https://aorecon.aofoundation.org/
https://www.orthobullets.com